O Brasil precisa de uma reforma social que corrija a incerteza e a insegurança geradas pelo populismo de Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
26/12/2021 18:53

O Brasil precisa de uma reforma social que corrija a incerteza e a insegurança geradas pelo populismo de Bolsonaro

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742 visitas - Fonte: UOL

O Brasil vai terminar 2021 com déficit fiscal, vai gastar mais do que arrecada um pouco mais de 95 bilhões de reais, quase 100 bilhões.

Ou seja, se o ministério da Economia não nos estiver nos enganando, em novembro ele estimou tal diferença.



Nós oferecemos incentivos fiscais, estímulos e isenções no somatório de cerca de 310 a 320 bilhões de reais no mesmo ano de 2021.

Incluído nessa renúncia fiscal, que significa, abrirmos mão de arrecadar para a população toda, em nome de beneficiar determinas atividades ou setores ou grupos, três vezes mais do que nosso déficit.

Basta cortar 100 bilhões, e isso é possível sim, dos incentivos e não teríamos mais déficit e cumpriríamos o OGU com todos os programas sociais que tem. Tem incentivo que deve ficar.

Os incentivos podem ser cortados em 80 bilhões no primeiro ano e mais 20 bilhões no segundo ano.

Ou seja, não há rombo fiscal, o que há é incerteza, a insegurança que o populismo de Bolsonaro, que foi apoiado pela imensa maioria do mercado.



Agora, sem fazer autocrítica como o PT, o mercado criou o termo populismo para fugir de - gastos insensatos de Bolsonaro, aquele que , para o mercado, iria "mitar" com o liberalismo de Guedes. Ledo engano.

Além disso, há outras fontes, que os porta-vozes do mercado na mídia não citam:

- taxar dividendos;

- extinguir os Juros Sobre Capital Próprio ou aumentar a taxação;

Para aliviar as empresas, poder-se-ia diminuir a taxação sobre elas, para, de fato, gerarem mais empregos, dando um desconto para elas, na ordem de 80% dessa receita nova com a taxação de dividendos e JSCP. Trata-se de devolver 80% do que se arrecada com os donos para tornar as empresas mais leves. E ainda sobram 20% para investimento social, sobretudo na extinção da extrema pobreza, sem causar qualquer rombo.



Os economistas de mercado cometem duas atrocidades intelectuais:

1- Não falam nisso que aludimos acima. Ficam quietos, porque isso atinge a elite econômica. Não há nada de errado em ser rico, parabéns para quem conseguiu honestamente, mas também não há nada de errado que essas pessoas paguem mais impostos na pessoa física.

2- Transformam quem deseja realizar um combate à desigualdade, um ajuste social com políticas públicas, em "gastadores irresponsáveis". Grande astúcia em defesa do sistema atual injusto.

Estamos vendo claramente que há dinheiro, sem haver gasto público a mais.

Se diminuirmos o Fundo Eleitoral pela metade, se taxarmos grandes fortunas, aumentarmos um pouco a taxação de heranças e cobrarmos um tipo de IPVA para lanchas e aviões particulares (pode não ser muito no todo, mas é simbólico), tudo somado, existe mais dinheiro. Sem qualquer irresponsabilidade.



Vejo a toda hora contribuições para ajuste fiscal, que são subjetivas, conforme os próprios autores, leio diuturnamente que é preciso um ajuste fiscal, mas não leio que há dinheiro e que a prioridade é combater a vergonhosa desigualdade que nos assola e faz com que milhões de brasileiros não tenham sequer dez reais por dia para viver. O problema não é o Estado é o gasto malfeito pela apropriação do Estado pela iniciativa privada dentro da microfísica que Michel Foucoult descreveu. E o patrimonialismo de Raymundoi Faoro.

A visão social, expedida, com certo grau de ternura, por parte desses economistas, trata da desigualdade como um acessório, um incômodo a ser extirpado, se "pudermos", na opinião deles, não como o principal. Triste. Muito triste. Um país que tem na sua gênese a solidariedade e compaixão recebe uma lavagem cerebral em busca de mais recessão, que é um "mercadismo cultural".



Meias-verdades e mentiras repetidas mil vezes.

Temos ainda, para completar, muito dinheiro em fundos que estão paralisados há tempo atrás( Guedes não deu a mísera aceleração), girava em torno de bilhão, segundo a imprensa.

Estamos saindo da metáfora do "mortos de fome", para literalidade "mortos de fome". Vexame!

Será que essa turma que se acalenta do fetiche de ajuste fiscal, sem entregar solução objetiva e concreta, e joga golfe, não entende que mais recessão, não faz sentido?

Os jornalistas que cobrem economia e são encobertos por essas fontes não cobram o destravamento desses fundos?

Tem muito mais dinheiro oculto ainda no orçamento, além do que mencionamos, e a culpa não é só dos políticos, tem muito agente privado se locupletando e depois fazendo discurso valente nos jantares de Washington Cinel. Que se extinguiram.

Logo, logo, Cinel e seus convivas estarão dando Vivas! ao novo presidente, seja quem for, candidamente, como sempre. O BTG também vai recebê-lo em festa e com os mesmos aplausos da audiência que foram dados a Paulo Guedes, esculpido no início dessa triste quadra em "gênio da raça", gestado em Chicago. Esse pessoal sabe a quem ofertar almoço de graça.



Com mais de 13 milhões de desempregados, com 16% da população em extrema pobreza, gente passando fome, precisamos urgentemente de um ajuste social, não fiscal.

Dinheiro tem, é só ter um pingo de sensibilidade e de vergonha na face.

E ter a competência para executar.

Como disse John Doerr,

Ideias são fáceis, execução é tudo.

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