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Um levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, utilizando imagens de satélite, mostrou que as milícias que operam no estado desmataram nos últimos três anos 497 hectares de áreas de preservação para erguer construções ilegais. Isso é um espaço equivalente a 600 campos de futebol, ou ainda, dois bairros da Urca.
Campo Grande, Guaratiba, Santa Cruz, Vargem Grande e Paciência, todos na Zona Oeste da capital fluminense, são os locais mais afetados por ações criminosas do tipo. Para se ter uma dimensão financeira dos negócios liderados pelas milícias, apenas em 2021, por conta de 70 operações feitas pela Prefeitura do Rio com a ajuda da Polícia Militar numa área de 287 m², o prejuízo das organizações criminosas ficou em torno de R$ 374 milhões.
“Se a prefeitura conseguiu, em pouco mais de nove meses, provocar um impacto de mais de R$ 374 milhões, qual é o tamanho dessa indústria? São grupos criminosos, poderosos e organizados” questiona Eduardo Cavaliere, secretário municipal de Meio Ambiente.
Das 114 construções derrubadas só este ano, 34 ficam na região do Rio da Prata, uma área remanescente de Mata Atlântica, localizada na zona de amortecimento do Parque Estadual da Pedra Branca.
De todo o gigantesco perímetro que já foi devastado pelos milicianos para dar lugar aos empreendimentos irregulares, o que chama a atenção é o fato de 33% da área ficarem às margens de rios, sobretudo do Cabuçu-Piraquê.
O responsável pela pasta do Meio Ambiente no Rio de Janeiro deixou um alerta ainda para quem pretende colocar dinheiro adquirindo esses imóveis clandestinos.
“Não invistam dinheiro nesses loteamentos. Como é o modus operandi desses grupos? Eles protocolam na prefeitura um pedido de legalização, que mostram para pessoas interessadas em comprar. Dizem que vão legalizar. Só que esses loteamentos são ilegalizáveis”, concluiu.
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