585 visitas - Fonte: G1
Uma criança indígena, de 5 anos, foi encontrada morta após ser levada pela correnteza do rio Parima, na comunidade Makuxi Yano, em Roraima, ao brincar próximo de um maquinário usado no garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami. Outra criança, de 4, que estava com a vítima no momento, segue desaparecida. A denúncia é do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY).
As crianças são meninos e primos. As lideranças locais disseram ao Condisi-YY que as máquinas ficam na beira do rio, e os dois "engataram em algum objeto", momento que foram jogados na água. O local fica na região de Alto Alegre, no Norte do estado.
Conforme o presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami, os indígenas realizaram buscas nesta quarta-feira, mas conseguiram encontrar apenas o corpo do menino mais velho.
Devido a dificuldade de encontrar o segundo menino, o Condisi-YY enviou um ofício nessa quarta-feira (13) ao Corpo de Bombeiros e à Fundação Nacional do Índio (Funai) solicitando equipes para fazer as buscas pela criança.
Procurado, o Corpo de Bombeiros Militar informou que a equipe de mergulhadores aguarda a liberação de aeronave do Distrito Sanitário de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y) para deslocamento até o local, uma vez que a área é de difícil acesso. Segundo Hekurari, o transporte já foi providenciado.
O g1 também tentou contato com a Funai, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
Terra Indígena Yanomami
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região em mais de 360 comunidades.
A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.
A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.
O número de casos de Covid entre indígenas que habitam a região, aumentou em razão da presença de garimpeiros. No ano passado, em apenas três meses, as infecções avançaram 250%.
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