Hipóteses para a queda do Facebook e seus principais aplicativos por mais de 6 horas

Portal Plantão Brasil
4/10/2021 19:39

Hipóteses para a queda do Facebook e seus principais aplicativos por mais de 6 horas

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775 visitas - Fonte: Folha de São Paulo

SÃO PAULO, SALVADOR e BERLIM - Após mais de 6 horas fora do ar, o Facebook e seus principais aplicativos —WhatsApp, Facebook Messenger e Instagram— ainda não dão sinais de retorno. O apagão se deu em diversas partes do mundo: Brasil, Índia e Estados Unidos foram alguns dos países que registraram queixas dos usuários.



Um pico de reclamações foi captado pelo site Downdetector pouco depois das 12h nas redes sociais.

Perto das 13h, eram cerca de 52 mil reclamações contra o WhatsApp, 15 mil contra o Instagram e 7.500 contra o Facebook, de acordo com o site.

Desde então, o assunto segue entre os mais comentados no Twitter, rede social independente do Facebook que não caiu e onde a empresa se manifestou para falar que estava "trabalhando para que as coisas voltem ao normal o mais rápido o possível".

Ainda não há explicações oficiais sobre a queda das redes sociais, mas algumas hipóteses estão sendo apontadas.



O site The Verge, especializado em cobertura de tecnologia, afirma que "o problema é aparentemente" o DNS (Domain Name System, ou Sistema de Nomes de Domínio). A sigla denomina um sistema que registra os nomes do site e os seus endereços IP —que são um número identificador.

A mesma explicação foi levantada pela Kentik, especializada em análise de estabilidade e segurança nas conexões da internet. Segundo a empresa americana, a queda no Facebook foi detectada inicialmente às 12h39 (de Brasília).

O DNS funciona como uma espécie de mapa da internet. Quando uma pessoa digita o site que deseja acessar (como "www.facebook.com"), é esse serviço que diz onde estão as informações da rede social.

Uma possível explicação para esse problema no DNS tem a ver com outra sigla, o BGP (Border Gateway Protocol, ou Protocolo de Entrada da Fronteira). Ele é uma espécie de conjunto de regras responsáveis por conectar as redes de internet. Um erro de configuração por parte da rede social nesse serviço teria reverberado em outros sistemas.



Essa hipótese, portanto, afasta —mas não descarta— a possibilidade de um ataque hacker.

O jornal New York Times, por meio de fontes do departamento de segurança do Facebook que quiseram anonimato, sustenta que a possibilidade de um ataque hacker é improvável. A explicação seria a sincronia da queda das três redes, que possuem tecnologias diferentes.

O jornal americano diz ainda que a plataforma interna de comunicação da empresa, Workplace, também saiu do ar.

Ao site Krebs on Security, Doug Madory, diretor de análise de internet da Kentik, diz que, nos últimos tempos, várias falhas como essa foram detectadas no Facebook e todas tinham a ver com alterações de configurações globais que deram errado. "Obviamente não podemos descartar um ataque hacker, mas pode ter sido um erro deles", afirma.



Francisco Brito Cruz, diretor do InternetLab, aponta que ainda que a queda seja relacionada ao DNS, ela pode ter deixado servidores do Facebook vulneráveis a possíveis ataques hackers. "a empresa enfrenta duas crises: uma tecnológica (e possivelmente de cibersegurança), e uma outra reputacional, que afeta a confiança de investidores e usuários da rede".

O britânico Financial Times destaca que o apagão ocorre um dia antes de uma funcionária da companhia testemunhar no Senado americano. Frances Haugen foi a responsável por fornecer os documentos internos da empresa que deram origem a uma série de reportagens do Wall Street Journal.

O veículo afirma, por exemplo, que a companhia estava ciente desde 2019 de que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes.

Além das reclamações, usuários no Twitter fizeram memes com a instabilidade.



No fim da tarde, outras plataformas começaram a apresentar problemas.

O aplicativo de comunicação Telegram, alternativa ao WhatsApp, também registrou reclamações dos usuários. Na plataforma Downdetector, que registra reclamações de instabilidade nos serviços virtuais, o Telegram registrou um pico de reclamações às 15h08, com 1.097 notificações de problemas para usar o aplicativo, mas a curva de reclamações entrou em queda na sequeência.

O Telegram era o segundo assunto mais comentado do Twitter no Brasil na tarde de segunda-feira, só perdendo para o WhatsApp.

No caso do app, o problema parece ser mais de instabilidade por excesso de usuários, e não uma queda generalizada. No Twitter, usuários confirmam que estão conseguindo usar a rede ou que conseguiram voltar a utilizá-la após um tempo, enquanto outros ainda reclamam da falta de acesso.



Novos usuários tiveram dificuldade para conseguir se cadastrar no aplicativo. O SMS enviado para confirmar a veracidade da conta demorava para chegar, e alguns receberam uma mensagem de erro ao tentar várias vezes fazer o cadastro.

O TikTok também teve aumento nas reclamações reportadas ao Downdetector, mas com pico menor. Eram 37 reclamações às 15h29.



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