Ministério Público do Rio conclui que havia 8 funcionários-fantasmas no gabinete de Carlos Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
21/9/2021 19:56

Ministério Público do Rio conclui que havia 8 funcionários-fantasmas no gabinete de Carlos Bolsonaro

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1549 visitas - Fonte: O Globo

RIO — Oito ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) mantiveram, no período em que estiveram nomeados no gabinete, ocupações consideradas incompatíveis com o trabalho de assessor na Câmara de Vereadores. A conclusão do Ministério Público do Rio (MP-RJ) foi apresentada à 1ª Vara Criminal Especializada do Rio na investigação que apura a existência de funcionários fantasmas e se houve a prática de “rachadinha” no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro entre os anos de 2001 e 2019. Entre os ex-funcionários do vereador que tinham outra ocupação, estão parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e também investigada pelo MP-RJ.



O MP mapeou registros no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e descobriu que parte dos funcionários tiveram vínculos empregatícios formais enquanto estavam nomeados como assessores parlamentares, o que contraria o regimento da Câmara Municipal. Para o MP, há indícios de que “diversos assessores (...) não cumpriam o regular expediente na casa, podendo assim ser considerados ‘funcionários fantasmas’”, e com a possibilidade de que “a remuneração de seus cargos fosse desviada pelo agente público”.

Ao identificar assessores que mantinham outras profissões, o MP afirma que “não seria aceitável que funcionários ‘fantasmas’ exercessem outras atividades remuneradas em período incompatível com a jornada pública de trabalho” na Câmara.



A defesa de Carlos Bolsonaro disse que o procedimento corre sob sigilo e, portanto, não vai "comentar ou passar qualquer informação" sobre a investigação. Procurada para comentar os vínculos empregatícios de seus familiares enquanto eram assessores de Carlos Bolsonaro, de quem foi chefe de gabinete, Ana Cristina Siqueira Valle informou, por meio de sua defesa, que também não vai se manifestar.

Jornada dupla em farmácias

Rodrigo de Carvalho Góes, que ficou no gabinete junto a outros quatro parentes, foi nomeado como funcionário de Carlos entre janeiro de 2001 e junho de 2008. O MP identificou no Caged que ele trabalhou como técnico em laboratório de farmácia em um hospital na Zona Oeste do Rio, entre maio e agosto de 2006, e como farmacêutico em duas drogarias entre novembro de 2006 e outubro de 2011. Neste intervalo, por mais de um ano, Rodrigo conciliou o trabalho em ambas as farmácias enquanto supostamente exercia função parlamentar.



Em depoimento ao MP, Edir Barbosa Góes, pai de Rodrigo, reconheceu que o filho só foi exonerado por Carlos Bolsonaro após estar exercendo outros vínculos empregatícios por cerca de um ano. Uma das drogarias em que Rodrigo trabalhou ficava no município de Itaguaí, fora do Rio. “Não se vislumbra, assim, como Rodrigo de Carvalho Góes pudesse ter disponibilidade de horário para desempenhar a carga de trabalho diário no assessoramento ao vereador”, afirmou o MP ao pedir a sua quebra de sigilo.

Parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro acusada por ex-assessor de comandar o esquema de funcionários fantasma e rachadinha, também estão na mesma situação. André Luis Procópio Siqueira Valle e Marta da Silva Valle, respectivamente seu irmão e cunhada, tiveram empregos identificados no Caged coincidentes por alguns meses com o período em que estiveram nomeados na Câmara. André trabalhou entre outubro de 2004 e fevereiro de 2006 numa fábrica de peças de automóveis em Resende, município do Sul Fluminense onde residia, a cerca de 160 quilômetros do Rio. Nos quatro meses iniciais na fábrica, André ainda constava como funcionário de Carlos. Ele ficou nomeado como assessor do vereador entre agosto de 2001 e fevereiro de 2005, e depois retornou entre fevereiro e novembro de 2006, mês em que foi nomeado para o gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, do qual só foi exonerado em outubro de 2007.



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