Congressistas contam com ajuda de Ciro Nogueira para reeleição própria e de Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
29/7/2021 10:12

Congressistas contam com ajuda de Ciro Nogueira para reeleição própria e de Bolsonaro

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644 visitas - Fonte: O Globo

BRASÍLIA - Com a chegada ao Palácio do Planalto do senador Ciro Nogueira (PP-PI), nomeado formalmente nesta quarta-feira como novo ministro da Casa Civil, a expectativa do Centrão é que ele, uma das principais lideranças do grupo político, passe a liberar verbas para o reduto eleitoral de aliados e destrave a nomeações de cargos na estrutura federal. A ajuda é considerada crucial para elevar as chances de reeleição dos congressistas e do próprio presidente Jair Bolsonaro.







Com Nogueira à frente da articulação do Planalto, o PP acabará comandando os dois lados do guichê político. De um lado, estará o ministro-chefe da Casa Civil, que é presidente do partido. De outro, o deputado Arthur Lira, da mesma legenda, na presidência da Câmara. Próximos, ambos devem tabelar nas negociações envolvendo emendas e cargos. O deputado André Fufuca (PP-MA), um dos vices do partido, assumiu interinamente a presidência da legenda em substituição a Nogueira.



Como primeiro aceno aos congressistas, Nogueira deixou para a próxima quarta-feira a sua posse, às 16h, no Planalto. O novo ministro quis esperar a volta do recesso parlamentar para contar com a presença de deputados e senadores. Em áudio enviado a parlamentares na noite de ontem disse que “gostaria de contar com a presença de amigos e amigas.”







Segundo pessoas próximas, o chefe da Casa Civil também deverá convidar dirigentes de diversos partidos como um gesto de disposição ao diálogo. Embora seja improvável a presença de representantes da oposição, Nogueira quer passar o recado que não estará de portas fechadas. Ao assumir o cargo mais importante de sua carreira política, Nogueira também quer ter ao lado figuras históricas do PP, como o ex-presidente da sigla Francisco Dornelles, e familiares.



Antes mesmo de tomar posse, Nogueira já começou a despachar ontem na Casa Civil. Até domingo, segundo relatos ao GLOBO, ele deve se dedicar a identificar as principais queixas dos parlamentares e começar a montar a sua equipe. O secretário-executivo Jônathas de Castro deve ser mantido no cargo. Número dois do ministro Luiz Eduardo Ramos desde os tempos da Secretaria de Governo, ele é apontado como responsável por operar as negociações com o Centrão envolvendo a liberação de recursos e nomeações. No período, se aproximou de Nogueira e de Lira.



Na Casa Civil, Nogueira terá o desafio também de fazer a coordenação do governo, melhorar a interlocução interna e abrir portas na Esplanada dos Ministérios para partidos aliados. Já no primeiro dia fez reuniões com ministros cujas entregas podem gerar ativos para o governo. Conversou com o ministro da Cidadania, João Roma, responsável pela reformulação do Bolsa Família, cuja medida provisória é prometida para ser enviada ao Congresso em agosto.







Depois, o novo chefe da Casa Civil recebeu em seu gabinete o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. A pasta recebeu a maior fatia das emendas de relator no ano passado, equivalente a R$ 8 bilhões. Chamado de “orçamento paralelo”, esses recursos sem carimbo dos parlamentares são usados pelo Executivo para beneficiar aliados.



Nos próximos dias, o novo ministro deve seguir fazendo um périplo pela Esplanada, o que já desperta o receio de integrantes do governo por mais espaço para abrigar políticos. No Planalto, porém, a ordem é não contestar. Nogueira pediu a Bolsonaro “liberdade para trabalhar” e foi atendido pelo presidente. Em entrevista a uma rádio na terça-feira, Bolsonaro disse que estava entregando “a alma do governo” ao líder do Centrão.



Segundo um importante cacique do bloco parlamentar ouvido pelo GLOBO, a ascensão do presidente do PP é apoiada até por colegas filiados a partidos da base, mas que preferem caminhar ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é aproveitar a oportunidade para atender municípios e, assim, colher dividendos eleitorais.







Recursos do orçamento



Ministros do governo também já conversam com parlamentares sobre as prioridades para a alocação de recursos no Orçamento de 2022. Na semana passada, por exemplo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, recebeu um pedido de parlamentares. Eles estavam preocupados com a possibilidade de que a compra de tratores para o próximo ano fosse travada. Sugeriram, então, mudanças em uma portaria para garantir a aquisição de cerca de 2.000 máquinas.



Ontem, em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara minimizou a polêmica gerada pela falta de transparência na execução das emendas de relator no Orçamento dos dois últimos anos. Mesmo que a origem dos pedidos para alocação de recursos não seja pública, Lira disse que não há “orçamento secreto”.



— Não tem orçamento secreto, não tem orçamento paralelo. A RP9 (emenda de relator) foi prevista em Constituição, aprovada no plenário das duas Casas, na comissão do Orçamento. Quem tem o controle de ordenar as despesas é o relator geral do Orçamento — disse.







Durante a semana, a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (MDB-ES), esteve com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Ela espera que, antes do envio da Lei Orçamentária Anual (LOA), os congressistas possam ser ouvidos para que haja um diálogo sobre as prioridades.



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