2632 visitas - Fonte: Revista Fórum
O assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, pode perder o cargo por ter feito um gesto considerado supremacista nesta quarta-feira (24) durante sessão no Congresso. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou instar um procedimento de investigação contra o assessor.
Pacheco já teria, inclusive, pedido ao Planalto a demissão de Martins, que será ouvido pela polícia do Senado.
Em momento que aparecia nas câmeras da TV Senado atrás do presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Martins fez com as mãos um gesto que parece remeter ao símbolo “WP”, em referência a lema “white power” (“supremacia branca”). Esse gesto, que se assemelha a um “OK”, é classificado desde 2019 como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação dos EUA, segundo reportagem da BBC.
Ele fez um sinal de supremacia branca enquanto arruma o terno. É muito difícil ele dizer que não sabe o que está fazendo. É um sinal de supremacia branca. É um sinal que é usado como senha em diversos grupos, como o Proud Boys”, disse à Fórum a antropóloga Adriana Dias, que é doutora em antropologia social pela Unicamp, pesquisa o fenômeno do nazismo e atua como colunista.
Olavista, Martins foi ao Senado acompanhar o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em audiência. Após a repercussão, o assessor disse que estava, na verdade, “ajeitando a lapela do terno”. “Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao ‘supremacismo branco’ porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um”, escreveu em suas redes sociais.
Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao "supremacismo branco" porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) March 24, 2021