6083 visitas - Fonte: Exame/Ideia
Aumentar a velocidade da vacinação contra a covid-19 é o item mais importante para 73% dos brasileiros na hora de avaliar positivamente o governo do presidente Jair Bolsonaro. Para 27%, a volta do pagamento do auxílio emergencial é decisiva para analisar a qualidade do trabalho do chefe do Executivo.
Os dados são da pesquisa inédita EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 9 e 11 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Do total de entrevistados, 65% consideram que a aplicação da vacina está atrasada, 19% acham que está dentro do prazo, e somente 4% consideram que o processo está adiantado. Sobre a perspectiva de imunização, 42% acreditam que serão vacinados até o meio do ano, 18% acham que só no próximo semestre, e 17% somente em 2022. Há ainda uma parcela, de 24%, que não sabe quando será vacinada.
“Um tema unifica o país: a sensação de atraso da vacinação contra a covid-19. Entre os que desaprovam o presidente Bolsonaro, esse número alcança 78%. Podemos inferir que a vacinação seguirá como a variável-chave de avaliação presidencial”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Moura ainda pontua que a necessidade de que a vacinação seja célere é mais pertinente que a volta do auxílio emergencial nos estrados de escolaridade e de classe social altas. Das pessoas com ensino superior, 84% entendem que a velocidade da vacina é mais importante para avaliar Bolsonaro. Para 54% das classes D e E, a volta do auxílio seria mais decisivo para aprovar a gestão do presidente.
“Nas classes de renda mais baixa, os respondentes se dividem estatisticamente entre o auxílio e a vacina. Obviamente é uma simulação de preferências. Na vida real ambos podem andar em paralelo, mas dá a exata percepção da relevância de acelerar a vacinação”, explica.
A primeira pessoa imunizada contra o coronavírus no Brasil recebeu a dose no dia 17 de janeiro. De lá para cá, o país vacinou mais de 4,3 milhões de pessoas. Este valor equivale a 2,04% da população brasileira. Israel é o país que mais vacinou no mundo, com 42% da população imune, seguido do Reino Unido (19%), Bahrein (12%), e Estados Unidos (10%). Os dados são de um levantamento feito pela Universidade de Oxford.
Aprovação de Bolsonaro
Com o ritmo lento de vacinação e sem uma definição clara se o auxílio emergencial irá voltar, a avaliação do presidente Jair Bolsonaro está em 27%. O percentual indica uma ligeira queda desde a última pesquisa EXAME/IDEIA do fim de janeiro, quando estava em 29%. A oscilação é dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais, portanto é considerada estável.
A desaprovação passou de 42% para 44%. Aqueles que nem aprovam nem desaprovam eram 24% na última pesquisa, e agora somam 26%.
“A avaliação do presidente Jair Bolsonaro segue estável, oscilando na margem de erro. É importante notar a vulnerabilidade que se apresenta no Nordeste, com 21% de aprovação e 46% de desaprovação. O efeito do fim do auxílio certamente já foi sentido nesta região”, diz Maurício Moura.
Em uma outra questão da pesquisa, em que é abordado o auxílio emergencial, 48% acreditam que o benefício será concedido novamente. Entre os entrevistados, 66% esperam que o pagamento volte neste semestre.
Na quinta-feira, 11, o presidente Bolsonaro disse, em um evento em Alcântara (MA), que o governo estuda renovar o auxílio emergencial. O pagamento poderia começar a partir de março e seria feito em três ou quatro parcelas. Mas para isso, ele disse que é preciso “responsabilidade fiscal”.
Pela primeira vez, a pesquisa também fez uma comparação da avaliação do presidente em regiões metropolitanas de capitais, interior e litoral. A aprovação é maior no interior, chegando a 31%. Nas regiões das capitais, a avaliação positiva é de 24%. Já nas cidades litorâneas, a aprovação fica em 13%.
Eleição da presidência do Congresso
A pesquisa EXAME/IDEIA também questionou os brasileiros sobre a eleição para a presidência do Congresso Nacional, realizada na semana passada. Mais da metade dos entrevistados, 53%, não sabem que o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) são os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente.
Os entrevistados foram questionados se esta troca no comando do poder Legislativo vai mudar a situação do país. Para 31%, a situação vai continuar igual, 33% acham que vai ficar melhor, e 24% acham que vai piorar.
NOTA DO PLANTÃO BRASIL:
Veja abaixo o documento com a pesquisa completa:
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