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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse hoje que nenhum médico arriscaria o CRM (registro profissional) para receitar a cloroquina como tratamento precoce contra a covid-19. A declaração foi dada hoje durante o UOL Entrevista, conduzido pelo colunista Josias de Souza e pela repórter Amanda Rossi.
"Tenho médico na família, meu filho me disse: ’Pai, ninguém coloca CRM em cloroquina. Não vão arrumar um médico para isso. Para eles [os médicos], é uma coisa muito importante, motivo de orgulho. [O governo federal] não vai arrumar nem no exército’. O corpo médico do exército é um corpo preparado e importante. Nem lá conseguiram".
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) vem defendendo o uso da cloroquina e outros antimaláricos para o tratamento da doença, mesmo sem comprovação científica de sua eficácia.
Não é a primeira vez que Kalil critica o presidente Bolsonaro. Em novembro, ele disse que o presidente "derramou dinheiro" e que lhe "faltou liderança" durante o combate à pandemia do coronavírus. Kalil participava do programa "Roda Viva", da TV Cultura.
"Vamos ser muito sinceros: ele derramou dinheiro na pandemia. E negar a pandemia era verbalizar, foi de graça, não custou nada. Então, o mais difícil ele fez. Não economizou na pandemia. Se ele não tivesse negado e liderado a nação, teria gasto a metade do que ele gastou [porque mais pessoas teriam aderido a protocolos de segurança, como o isolamento social, segundo o seu raciocínio]. Faltou a liderança que a gente está vendo na Europa. Faltou um líder para nos guiar", ressaltou o prefeito, em seguida.
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