Cacique Raoni detona Bolsonaro no maior jornal da França

Portal Plantão Brasil
24/1/2021 19:38

Cacique Raoni detona Bolsonaro no maior jornal da França

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1085 visitas - Fonte: RFI.fr

Em entrevista exclusiva ao jornal francês Le Monde, o cacique Raoni, emblemático defensor da Amazônia, afirmou que pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue Jair Bolsonaro, por crimes contra a humanidade. O chefe indígena acusa o presidente brasileiro de perseguir os povos indígenas, destruir seu habitat e de ignorar seus direitos.







Raoni recebeu uma equipe do diário francês na aldeia Metuktire no início de janeiro. Segundo o Le Monde, "o chefe indígena se lança em uma aventura judiciária inédita, audaciosa e arricada: denunciar Jair Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional (TPI)". O pedido de investigação foi feito a instituição sediada em Haia na sexta-feira (22).



A matéria afirma que Raoni está consciente de que a denúncia pode provocar a fúria de quem apoia o presidente brasileiro, latifundiários e garimpeiros, "todos próximos de territórios kayapós". Entretanto, o chefe indígena de mais de 90 anos explica ao Le Monde que não tem outra escolha: "Bolsonaro sempre incitou a violência contra nós. Eu não posso aceitar a maneira como ele nos trata".







O documento de 65 páginas enviado ao TPI foi redigido pelo advogado francês William Bourdon. Ele reúne as acusaçoes feitas por Raoni, mas também por dezenas de ONGs locais e internacionais, além de cientistas especialistas de questões climáticas.



Entre as acusações apresentadas ao TPI estão a suspensão da demarcação de territórios indígenas, o projeto de lei que permite a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas, os orçamentos limitados das agências ambientais, agora controlados porelos militares, os assassinatos impunes de sete chefes indígenas em 2019, entre outros.



"A destruição da floresta amazônica", indispensável para regular o clima e que foi atingida por um número recorde de incêndios em 2020, constituiria um perigo direto não apenas para os brasileiros, mas também para toda humanidade", destaca o texto enviado a Haia. Os autores da denúncia acreditam que esta política de Estado conduz a "assassinatos", "transferências forçadas de populações" e "perseguições", que constituem "crimes contra a humanidade", conforme é estalebelecido pelo Estatuto de Roma do TPI.







Com sede em Haia, na Holanda, e criado em 2002 para julgar as piores atrocidades do mundo, o tribunal não tem obrigação de dar continuidade às denúncias apresentadas. Seu procurador decide de forma independente os assuntos que chegam aos juízes.



Em julho de 2020, profissionais brasileiros da área da saúde já haviam pedido que a mesma instituição investigasse Bolsonaro por "crimes contra a humanidade" devido à sua gestão da epidemia de Covid-19 no Brasil.



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