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A vacinação contra a Covid-19 em Manaus foi paralisada temporariamente nesta quinta-feira, dia 21. Os governos estadual e municipal informaram que se trata de uma “parada técnica” para reavaliar quem tem prioridade dentro do grupo prioritário, tendo em vista que a quantidade de imunizantes enviada pelo governo federal é insuficiente.
Nos últimos dias, aumentaram as críticas feitas por médicos e enfermeiros que estão na linha de frente no atendimento de pacientes com Covid-19 e que estariam sendo preteridos por recém-formados que fazem parte da elite política e econômica da região.
Um dos casos envolveu a vacinação das gêmeas Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, recém-formadas em medicina, que são da família de Nilton da Costa Lins Júnior, presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus. Além de força no âmbito econômico, o clã Lins também tem membros com carreira política. As gêmeas, que atuam há pouco tempo como servidoras da prefeitura de Manaus, tomaram a CoronaVac antes de médicos e enfermeiros de hospitais estaduais que estão em situação mais caótica, como Delphina Aziz e o 28 de Agosto. Dentro do terreno da Universidade Nilton Lins, há uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Também houve revolta pelo fato de boa parte das vacinas ter sido enviada para comunidades indígenas em detrimento dos profissionais de saúde que passaram apuros nos últimos dias com a colapso de oxigênio nos hospitais da capital.
Por exemplo, a cidade de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Colômbia, cuja população é de 46.000 habitantes, sendo a maioria de indígenas, recebeu quase a mesma quantidade de imunizantes entregue a Manaus, que tem 2 milhões de moradores. Segundo interlocutores do governo estadual, a população indígena no Amazonas é maior que a de profissionais de saúde, o que provocou um descompasso na distribuição que não foi visto em outros locais.
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