1339 visitas - Fonte: Folha de São Paulo
O governo de Jair Bolsonaro tentava, nesta semana, delimitar seu desentendimento com a China à embaixada do país asiático em Brasília.
O argumento, disseminado por ministros do governo, é o de que Bolsonaro tem bom relacionamento com o presidente chinês Xi Jinping. E nada contra a China. Os desentendimentos seriam exclusivamente com o embaixador Yang Wanming.
O diplomata é responsabilizado por ter feito postagens duras depois que o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, criticou a China —o que teria azedado a relação com o presidente.
Por esse raciocínio, Eduardo, que é deputado federal, tem opinião própria —e irrelevante, já que não fala pelo pai. Deveria ser, portanto, ignorado, e um bom diplomata teria que saber disso.
Outro problema: os corpos diplomáticos teriam se aproximado demais de João Doria, irritando Bolsonaro. O governador paulista é hoje um dos principais adversários do presidente.
Interlocutores próximos à embaixada da China dizem que os argumentos de auxiliares do presidente beiram a infantilidade. E que o embaixador Yang Wanming é um quadro chinês de primeira linha, forte e prestigiado em seu país.
Bolsonaro tem urgência em reestabelecer boas relações com a China —é do país que vêm os insumos para as duas únicas vacinas contra a Covid-19 até agora disponíveis para o Brasil.
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