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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer duros ataques à mídia hoje, ao participar da formação de novos policiais militares no Rio de Janeiro. No discurso, em tom exaltado, Bolsonaro disse que a imprensa defende "canalhas" e sempre estará contra os policiais.
Os ataques acontecem no dia em que duas reportagens de revistas semanais trazem novos detalhes sobre a suposta ajuda da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) à defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das "rachadinhas" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
"Não esqueçam de uma coisa: por muitas vezes, vocês estarão sós. Terão apenas Deus ao seu lado. E assim sendo, se preparem cada vez mais. Simulem as operações que podem aparecer pela frente", começou o presidente.
Porque, em uma fração de segundo, está em risco a sua vida, a de um cidadão de bem ou a de um canalha defendido pela imprensa brasileira. Não se esqueçam disso. Essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei. Sempre estará contra vocês. Pense dessa forma para poder agir
presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
Bolsonaro estava acompanhado de Flávio Bolsonaro, do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC).
"Jamais a nossa democracia e a nossa liberdade serão ameaçadas por quem quer que seja. Os três poderes são independentes e anônimos. Mas o maior poder é o do povo brasileiro. Povo esse ao qual eu devo lealdade absoluta", declarou Bolsonaro, que acusou a imprensa de fabricar fake news.
"Contamos com o povo maravilhoso e a liberdade das mídias sociais, que essas sim trazem a verdade para vocês. Uma fábrica de fake news está em grande parte da imprensa brasileira. Isso é uma vergonha para o mundo."
Reportagem revela ’Abin paralela’
A incitação do presidente contra a imprensa acontece no mesmo dia em que a revista Época publicou uma entrevista com a advogada Luciana Pires, que representa Flávio Bolsonaro, em que ela afirma que recebeu da Abin recomendações na tentativa de anular um inquérito em que o parlamentar é investigado por supostamente ter desviado dinheiro do salário de assessores quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. À revista, Luciana disse que não seguiu os conselhos, por estarem fora de seu alcance.
Hoje também, a revista Crusoé publicou uma matéria sobre o suposto auxílio da Abin. A reportagem diz que mensagens comprovam que foi Ramagem que encaminhou os relatórios com recomendações para Flávio, e que os textos foram preparados por uma unidade interna da Agência que atua paralelamente e é comandada por Marcelo Bormevet, segundo a revista amigo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ex-integrante da equipe de segurança Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018.
Apesar de a defesa de Flávio admitir a existência dos dois relatórios, a Abin e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) negam que o órgão tenha feito os documentos. O caso está em apuração em um inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal).
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