Cientistas analisam plano de vacinação do ministério e concluem: Não há plano!

Portal Plantão Brasil
9/12/2020 07:46

Cientistas analisam plano de vacinação do ministério e concluem: Não há plano!

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980 visitas - Fonte: GGN

Um coletivo de 80 cientistas, o Observatório Covid-19 BR, divulga nota técnica crítica ao planejamento da imunização contra o novo coronavírus no país pelo Ministério da Saúde. O plano do governo foi qualificado como ‘rudimentar’ e a conclusão dos especialistas foi de que ‘ainda não temos um plano’.







Esses especialistas dos centros de pesquisa mais importantes do país veem com preocupação o estado atual de planejamento do governo. Suas conclusões são baseadas em informações disponíveis até agora de como o país pretende imunizar a população.



“É um esboço rudimentar, com tantas fragilidades e lacunas que dificilmente poderá ser seguido”, escreveram, em nota técnica divulgada hoje. “São marcantes a falta de ambição, de senso de urgência e de comprometimento em oferecer à população brasileira um plano de vacinação competente, factível, que contemple as diversas vacinas em teste no Brasil, com transparência e em articulação com estados e municípios”, diz o documento.







De acordo com a nota, um dos poucos aspectos que o plano do governo deixa claro é o de priorização do público a ser vacinado. Mas algumas populações vulneráveis, como moradores de rua por exemplo, também deveriam ter sido incluídas além do que foi listado (profissionais de saúde, idosos e indígenas).



Mas a maior crítica fica a cargo da falta de definição de quais vacinas serão usadas, para a falta de cronograma e, também, à exclusão de esferas estaduais e municipais na elaboração do plano. No SUS, iniciativas federais são executadas por agentes municipais.



Além disso, o Observatório diz ser estranho o governo não ter incluído no plano nacional a vacina CoronaVac, do Instituto Butantan. João Doria afirma ter um plano próprio de vacinação, o que os cientistas também criticam.







“Este plano existe publicamente apenas na forma de uma apresentação de PowerPoint e, como o plano federal, não se fez acompanhar de documento público que permita uma avaliação”, dizem.



Mais um ponto levantado é a questão da logística. “Além da produção da vacina para duas doses por indivíduo, a operacionalização da vacinação demanda outras questões logísticas fundamentais, como a aquisição de insumos diretamente ligados à aplicação da vacina (seringas e agulhas, por exemplo), o transporte e a conservação da vacina”, escrevem os pesquisadores.



A falta de transparência no processo, dizem os cientistas, compromete também aspectos éticos do plano.







“Além das várias fragilidades que apontamos, (…) a desarticulação com outros níveis federativos provoca imensa apreensão sobre sua adequação para o momento atual. Apesar de o início da vacinação estar próximo, vivemos um tempo de pandemia ainda repleto de incertezas”, afirma o grupo. “O propósito principal afinal é a preservação de vidas e de qualidade de vida. O plano de vacinação do governo federal não demonstra tal compromisso, por atos e por omissões”, completa.



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