Reunião com Pazuello e Doria foi tensa, com bate-boca por causa de origem de vacina

Portal Plantão Brasil
8/12/2020 14:23

Reunião com Pazuello e Doria foi tensa, com bate-boca por causa de origem de vacina

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Em mais um episódio da guerra política envolvendo a vacina contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, protagonizou um bate-boca com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma disputa sobre a origem da Coronavac, medicamento desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que é vinculado à Secretaria estadual de Saúde e produz grande parte das vacinas utilizadas no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do governo federal.







Na reunião dos governadores com o ministro, para conhecimento das estratégias do governo Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o programa de imunização, Doria indagou Pazuello se um suposto favorecimento a laboratórios ocidentais pelo governo federal se daria por “questões ideológicas”.



“A vacina Coronvac não teve nenhum investimento feito pelo governo federal. Ela também ainda não foi aprovada. O que difere, ministro, a condição e sua gestão como ministro da Saúde de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, política ou de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas, sendo que, no total, temos 300 milhões de doses para sair a partir de fevereiro do próximo ano, sendo que vamos precisar de mais de 400 milhões de doses da vacina. Se é fato que o senhor tem as vacinas, por que não iniciar imediatamente a vacinação dos brasileiros?”, disse o tucano.



Doria ainda emendou, lembrando o fato de que o ministro recuou de investimentos anunciados na Coronavac, após intervenção de Jair Bolsonaro.







“O governo já pagou 830 milhões para o consórcio Covax sem a vacina. O seu ministério pagou à AstraZeneca 1,3 bilhão de reais sem a vacina. E a Coronavac, que é a vacina do Butantan, que já temos aqui uma parcela considerável e o senhor, em reunião com 24 governadores, anunciou que compraria 46 milhões de doses e, infelizmente, o presidente da República o desautorizou, foi deselegante com o senhor, em menos de 24 horas e impediu que a sua palavra fosse mantida perante os governadores. O seu ministério vai comprar a vacina Coronavac sendo aprovada pela Anvisa, sim ou não?”, emendou Doria.



Irritado, Pazuello saiu em defesa de Bolsonaro e questionou a origem da vacina, que vem sendo usada por Doria na estratégia de “nacionalizar” seu nome com vista às eleições presidenciais de 2022.



“Já falei para todos os governadores: a vacina do Butantan não é do estado de São Paulo, é do Butantan. Não sei por que o senhor fala tanto como se fosse do estado. Ela é do Butantan. É a maior fabricante de vacina do nosso país. E é respeitado por isso. O Butantan, quando concluir o seu trabalho e tiver com a vacina registrada, nós avaliaremos a demanda e, se houver preço, vamos comprar. Os registros são de cartório e havia uma demanda, havendo preço, todas as condições serão de nossa compra”, rebateu o ministro.







Redes



Nas redes sociais, Doria se antecipou dando sua versão sobre o bate-boca. “Participei há pouco de reunião com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e Governadores para tratar sobre o Plano Nacional de Imunização. Ressaltei a importância de deixar de lado questões políticas e ideológicas quando o assunto é salvar vidas”.







Por meio da assessoria de imprensa, Doria ainda distribuiu o vídeo com sua intervenção na reunião. No vídeo, o tucano reclama de censura por parte do ministro, mas corta a resposta de Pazuello à sua fala.







Fevereiro



Pazuello afirmou aos governadores que a previsão é de que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca tenha o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de fevereiro.



É a primeira vez que o governo federal estima um prazo para o possível início da vacinação.



“Isso é AstraZeneca, em que fase está: previsão de submeter à Anvisa [em dezembro]. Previsão de registro? Previsão de início no final de fevereiro. Então, se Deus quiser, com tudo pronto nós iniciarmos a vacinação [com] a AstraZeneca”, disse.



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