Revista britânica The Economist prevê o fim do bolsonarismo no Brasil em breve

Portal Plantão Brasil
27/11/2020 15:37

Revista britânica The Economist prevê o fim do bolsonarismo no Brasil em breve

0 0 0 0

1479 visitas - Fonte: Socialismo criativo

Em um artigo sobre a atual situação da América Latina, a mais recente edição da revista britânica The Economist comparou a negação do presidente Jair Bolsonaro sobre a ameaça do coronavírus para a saúde pública à reação de ditadores da Bielorrússia, Turquemenistão e Nicarágua diante da crise. De acordo com a publicação, o enfraquecimento de Bolsonaro e os esforços de seu próprio governo para conter o a expansão do vírus no país podem marcar “o início do fim de sua presidência“.







“Um por um, os que duvidam fizeram as pazes com a ciência médica. Apenas quatro governantes do mundo continuam negando a ameaça à saúde pública representada pela Covid-19. Dois são destroços da antiga União Soviética, os déspotas da Bielorrússia e do Turquemenistão. Um terceiro é Daniel Ortega, o ditador tropical da Nicarágua. O outro é o presidente eleito de uma grande democracia, ainda que maltratada”, diz a publicação em sua edição de abril.



O artigo afirma que, desde o fim de fevereiro, quando o ex-capitão do Exército, que “gosta de governos militares”, fez pouco caso da gravidade da pandemia e ignorando os efeitos, se referiu à doença como uma “gripezinha“. O texto ainda revela a forma como o presidente brasileiro se posicionou diante da população, defendendo o enfrentamento do vírus, chegando a declarar que brasileiros deveriam enfrentar a doença “como um homem, caramba, não como um garotinho”, para logo depois adicionar, prestativo que “todos nós vamos morrer um dia“.







15 meses



O artigo também analisa que nos 15 meses desde que Bolsonaro foi alçado à presidência, os brasileiros se acostumaram “à sua bravata e ignorância” em questões que vão desde a conservação da Floresta Amazônica até educação e a segurança. Mas que, desta vez, o dano será imediato e óbvio: “Bolsonaro associou a retórica desafiadora à sabotagem ativa da saúde pública”.



Referindo-se à defesa do “isolamento vertical” para limitar os danos à economia feita por Bolsonaro, o texto também aponta que os dois problemas iminentes são: que os jovens também morrem da doença (10% dos que morreram no Brasil têm menos de 60 anos) e o fato da imposição deste tipo de quarentena ser impossível.







Governadores



A revista lembra que os governadores dos estados mais importantes do Brasil se anteciparam e impuseram bloqueios usando seus próprios poderes e que Bolsonaro incentivou os brasileiros a ignorá-los.



Posicionando o chefe de estado brasileiro como “um homem que teme a traição e tem uma necessidade perpétua de provocar”, recorda também que Bolsonaro foi recebido com abraços e selfies entre apoiadores durante a manifestação contra o Congresso no dia 15 de março.



Também afirma que o mandatário lançou uma campanha pedindo que as empresas reabrissem e pediu um “jejum” religioso no último dia 5 de abril, chegando a cogitar a decretação ilegal do fim dos bloqueios.



“Ele chegou duas vezes perto de demitir seu próprio ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, um médico conservador que se opôs publicamente ao chamado do presidente para diminuir as restrições. Bolsonaro está aparentemente com ciúmes do crescente perfil de um ministro que ele alega ‘carece de humildade’.”, diz outro trecho.







“Longe demais”



A publicação ainda evidencia que “mesmo para seus próprios padrões, a violação do principal dever de Bolsonaro de proteger vidas, foi longe demais” e segue, recordando que grande parte de seu Governo o trata como um homem difícil, que “mostra sinais de insanidade”. “Os principais ministros, incluindo o grupo de Generais do gabinete, bem como os líderes das duas casas do Congresso, deram apoio a Mandetta, que tem o povo ao seu lado”, diz, para logo complementar: “Uma pesquisa realizada neste mês pelo Datafolha registrou 76% de aprovação à forma de gestão da crise pelo Ministério da Saúde, em comparação a 33% registrados sobre a forma de gestão de Bolsonaro”.







Saída



A revista também lembra que os pedidos de afastamento de Bolsonaro cresceram, partindo tanto da esquerda, mas também de alguns de seus ex-apoiadores, a exemplo da deputada federal Janaina Paschoal, a quem o presidente chegou a cogitar para vice em sua chapa.



E segue comentando que “pode haver pouca dúvida de que a conduta do presidente mereça constitucionalmente um impeachment, um destino que aconteceu com dois de seus antecessores, Fernando Collor em 1992 e Dilma Rousseff em 2016”, mas, “por enquanto, Bolsonaro mantém apoio público suficiente para sobreviver”, citando que seu índice de aprovação caiu para cerca de 10%.







Fanáticos



Para a revista, “Bolsonaro é apoiado por um pequeno círculo de fanáticos ideológicos que incluem seus três filhos, por muitos evangélicos e pela falta de informações sobre a Covid-19 entre alguns brasileiros”. De acordo com a Economist, “os dois últimos fatores podem mudar à medida que o vírus atingir seu auge fatal nas próximas semanas e afirma que “por sua imprudência com a vida dos brasileiros, Bolsonaro forçou a possibilidade de sua própria saída da agenda política. É provável que permaneça lá após o desaparecimento da epidemia”.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians