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Político habilidoso e ponderado, Rogério Marinho vive uma espécie de redenção pelas mãos de Jair Bolsonaro. Depois de fracassar em 2018 na tentativa de renovar o seu mandato para a Câmara dos Deputado , ele foi convidado pelo presidente para assumir a Secretaria Especial de Previdência Social e do Trabalho, subordinada ao Ministério da Economia. Sua missão inicial foi trabalhar pela reforma previdenciária, aprovada ainda em 2019. A atuação de destaque numa pauta prioritária lhe garantiu prestígio e, posteriormente, uma promoção para o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional.
No comando da pasta, Marinho ganhou status de articulador político, conselheiro do presidente e até artífice de algumas propostas ousadas na área econômica. Foi dele a sugestão para que o governo, mesmo diante do rombo das contas públicas, liberasse mais recursos para investimentos — estratégia controversa que ajudou a reaquecer a economia, impulsionou a popularidade de Bolsonaro e, de quebra, também as campanhas de políticos aliados. Histórias e personagens do passado, porém, podem atrapalhar a ascensão meteórica do ministro.
No mês passado, um oficial de Justiça foi ao Ministério do Desenvolvimento Regional e intimou Rogério Marinho a prestar depoimento no dia 6 de novembro. O ministro é réu em uma ação civil de improbidade ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, em 2014, na qual é acusado de enriquecimento ilícito, danos ao erário e violação aos princípios administrativos. Paralelamente, responde a um processo pela prática de 21 casos de crime de peculato. O motivo das duas ações é o mesmo: Marinho é acusado de, enquanto presidente da Câmara Municipal de Natal, entre 2005 e 2007, autorizar a contratação de funcionários-fantasma para que vereadores, inclusive ele próprio, embolsassem os recursos.
Esse tipo de fraude, quando comprovada, é um clássico dos manuais de picaretagem, uma variante mais audaciosa da famosa rachadinha, mas com o mesmo propósito: desviar dinheiro público. Os investigadores do Rio Grande do Norte dizem ter descoberto um grupo de 35 servidores contratados pela Câmara de Vereadores que não aparecia para trabalhar, mas recebia religiosamente os salários —quase sempre um conluio entre o político e o funcionário, que, no fim, partilhavam os lucros.
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