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Pico da pandemia: o que é e quando deverá ocorrer?
Período com maior número de novos casos da doença requer atenção das autoridades. São Paulo deverá atingir ’platô’ em maio
21 ABR 2020 12h44 atualizado às 16h45
Com o avanço da pandemia de covid-19 um tema recorrente é quando São Paulo chegará ao "pico" de novos casos da doença. O pico é o dia onde o número de pessoas infectadas é igual ao número de pessoas curadas. A partir dele, a quantidade de pacientes recuperados começa a superar o número de novos casos e a doença para de avançar. Segundo o professor Mark Laurie, da Universidade de Saúde Pública de Brown, nos Estados Unidos, trata-se do ponto onde é registrado o maior número de casos.
Especialistas afirmam, no entanto, que é difícil precisar uma data específica, ou quantas pessoas serão infectadas e curadas neste dia. E também, que dificilmente o pico ocorre num único dia, sendo mais próximo de um "platô".
É possível, no entanto, estimar quando será o pico. O Ministério da Saúde prevê que o mês de maio será a pior fase da covid-19 no País, alavancada pelos estados do Sudeste, com maior densidade populacional, principalmente pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil, no entanto, terá um desafio extra nos próximos meses.
Segundo documento do ministério, o período entre maio e junho é quando o País já enfrenta alta de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em 2019, o pico das hospitalizações ocorreu entre 27 de maio e 2 de junho. A preocupação da pasta é a sobreposição das duas curvas em 2020, com o novo coronavírus como complicador.
As internações por SRAG no Brasil já estão muito acima da média neste ano. Elas dispararam a partir de meados de março, o que coincide com o momento em que casos de covid-19 começaram a ser identificados no Brasil (o primeiro é de 26 de fevereiro).
SRAG é uma definição que vale para casos graves de vários tipos de infecção, como as também causadas pela gripe sazonal e outros vírus respiratórios, mas como a única novidade no radar é o Sars-CoV-2 (o novo coronavírus), acredita-se que essa alta nas internações seja motivada por ele.
De acordo com o ministério, até a semana passada houve um aumento de 366% nas internações por SRAG em 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Até o dia 20 de abril de 2020, foram registradas 55.980 hospitalizações por SRAG no Brasil. Do que já foi testado, 8.318 (15%) foram de casos confirmados para covid-19.
A precisão para determinar o pico do número de casos, no entanto, é prejudicada pela dificuldade nas notificações. Atualmente, entre a chegada de um paciente grave numa unidade hospitalar e a confirmação do diagnóstico de covid-19 passam-se cerca de 10 dias, tempo precioso para tomada de novas medidas, caso sejam necessárias.
Achatamento da curva
O governo do Estado de São Paulo vem apontando que as medidas de isolamento social estão conseguindo diminuir a velocidade do aparecimento de novos casos, apesar de alguns cientistas ainda considerarem ser cedo para ver resultados. A curva de crescimento da covid-19 tem sido menos íngreme, mas ainda há gargalos nos testes, o que pode dificultar um mapeamento mais claro.
Com o achatamento, o sistema de saúde fica menos sobrecarregado e consegue lidar melhor com os casos mais graves, onde há necessidade de internação em UTI, o maior gargalo hospitalar. Como a disponibilidade de leitos é limitada, quanto menos novos casos, menos casos graves serão registrados e menos pessoas precisam de atendimento especial.
A capital contava com 507 leitos de UTI no início do ano e há a previsão de abertura de outros 598 até o fim de abril. Para maio, o governo prometeu a abertura de outros 333 novos leitos de UTI na cidade. No último sábado, 18, o prefeito Bruno Covas inaugurou um hospital no centro da capital com mais 29 leitos de UTI. A unidade municipal fica no centro da cidade.
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