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O juiz federal Eduardo Appio, que teve papel direto na operação Lava Jato, denuncia, em um novo livro, os maus-tratos sofridos pelos presos para forçar delações. A obra "Tudo por dinheiro: A ganância da Lava Jato segundo Eduardo Appio", escrita por Salvio Kotter, revela práticas que, segundo Appio, eram comuns nas investigações e prisões. O livro será lançado em 2 de outubro e promete trazer à tona revelações sobre as condições desumanas a que os alvos da operação foram submetidos.
Appio descreve, em um dos trechos mais chocantes, como os presos eram "jogados em uma cela imunda com um colchonete inundado em urina e pulgas" ao chegarem à carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Os detidos eram mantidos isolados, sem contato com familiares, e sujeitos a essas condições até que, às segundas-feiras, fossem chamados para negociar delações premiadas.
"Isso ocorreu em vários casos, inclusive com idosas, avós presas na frente dos netos e que não tinham nenhuma culpa, mas sabiam de detalhes", denuncia Appio. A estratégia, segundo ele, era pressionar emocional e fisicamente os presos para que cooperassem com as investigações, muitas vezes sob condições degradantes.
O caso de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras e o primeiro a delatar na Lava Jato, também é citado. Appio relata que Costa foi privado de banho por dias e sofreu ameaças contra sua filha. "Era uma espécie de Guantánamo", diz o juiz. "Eu concedi um habeas corpus para Paulo Roberto da Costa em abril de 2014 e entrei para a lista negra de inimigos da Lava Jato."
Appio critica a operação, afirmando que ela "premiou a impunidade no Brasil", com empresários corruptores saindo "ilesos e impunes". Segundo ele, os métodos da Lava Jato acabaram criando um cenário em que a justiça se tornou instrumento de pressão e intimidação.
Com informações do Brasil 247
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