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O Brasil inteiro já se deu conta de que Michel Temer pretende usar o governo em benefício próprio.
Ele, que conquistou o poder por meio de um golpe parlamentar, já deu demonstrações inequívocas de que não pretende largar o osso.
Na semana passada, quando mais de 100 mil pessoas pediram sua renúncia, em Brasília, Temer tentou se fortalecer, chamando os militares para patrulhar Brasília – manobra que não durou mais do que 24 horas, diante da recusa dos militares em se associar a um governo corrupto.
No domingo, Temer mudou o comando do Ministério da Justiça e convidou Torquato Jardim para o lugar de Osmar Serraglio para tentar controlar a Polícia Federal.
No entanto, um detalhe deu errado. Como Osmar Serraglio não aceitou ficar com o Ministério da Transparência, seu assessor Rodrigo Rocha Loures, que é suplente de Serraglio na Câmara e foi flagrado com uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS, está prestes a ficar sem foro privilegiado – ou seja, mais perto de uma delação premiada.
Para salvar seu "homem da mala", Temer cogita colocar na Transparência um obscuro deputado paranaense e tem três opções: Hermes Parcianello, João Arruda e Sérgio Souza. Os nomes foram discutidos nesta tarde, em Brasília.
A questão é: ele será ousado a este ponto?
É o que questiona, por exemplo, o jornalista Lauro Jardim. "Será que Michel Temer será ousado o suficiente para arranjar um ministério para alojar outro peemedebista paranaense e, assim, continuar garantindo o foro de Rocha Loures, a quem o presidente qualificou como ’um rapaz de boa índole’ na semana passada?", indaga.
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