45224 visitas - Fonte: Tijolaço, Fernando Rod
Na edição de hoje de O Globo, as repórteres Geralda Doca e Simonia Iglésis transcrevem a cândida confissão de assessores de Michel Temer de que a reforma da Previdência vai ter de esperar o afastamento de Dilma Rousseff se tornar definitivo para ser apresentada ao Congresso e à população
– Apenas dois votos de senadores separam a permanência de Temer da volta de Dilma, diz o interlocutor palaciano, numa crise de sinceridade.
Embora muitos se voltem para a questão da idade mínima da aposentadoria, não é esse o ponto mais caro á equipe de Temer.
E é muito fácil entender a razão: só cerca de 1/3 dos proventos são alcançados por tempo de contribuição, porque dois terços são pagos como pensão e aos inativos por vários motivos de saúde. Junte aos benefícios da LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social (idosos, portadores de deficiências, etc) e mesmo um aumento escalonado, como se vem cogitando, para 60 e, depois, para 65 anos de idade como idade mínima terá um impacto importante, mas não decisivo nas contas da Previdência. Além do que, parte do “saldo” que se ganhará no futuro vai ser “comido” por um aumento nos pedidos de aposentadoria de todo mundo que está “quase lá” e não tem razão para esperar que a mudança de idade o pegue.
A reforma da previdência para valer, esta de efeito imediato, universal e impiedoso será a desvinculação das aposentadorias do salário-mínimo.
Vai ser quebrada a regra de ouro de que ninguém ganha menos do que um salário mínimo.
E um salário mínimo é o valor de mais de 70% das aposentadorias e pensões. Mais, se considerados os outros benefícios.
É aí que faz diferença na hora do “dinheiro pra já” que o governo procura.
E o jogo do governo Temer para os aposentados terá de ser aberto até o dia 31 de agosto, data-limite para o envio da Lei Orçamentária, onde ser verá, nos gastos previdenciários previstos, o valor da tungada que se espera dar nos aposentados.
Aí está a razão de Antonio Anastasia ter dito ontem, na sessão da Comissão do Impeachment no Senado que quer apressar o julgamento para agosto.
Assim, não corre o risco de que o povão, quando souber o que lhe espera, não tenha uma crise de “eu era feliz e não sabia”.
Já não vai dar para gritar “Volta, Dilma”, é com isso que conta o usurpador.
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