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Apesar dos pesares – e que pesares! – existe a possibilidade – pequena, mas existe – de que outros partidos além do PT comecem a responder a denúncias que datam de períodoa muito anteriores à chegada de Lula ao poder e jamais foram apuradas por interferência do governo FHC e da mídia.
Janot pede para ouvir, em 90 dias, o presidente do PSDB e o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, dentre outros suspeitos de envolvimento no caso Furnas. Janot solicita ainda que a Polícia Federal colete, entre o material já aprendido e produzido na Lava Jato, evidências que contribuam para o esclarecimento da apuração.
Delcídio Amaral afirmou, em relação a Aécio, que “sem dúvida” o tucano recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas, que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.
Nesta nova petição encaminhada ao STF, o procurador-geral da República pede o desarquivamento do depoimento do doleiro Alberto Youssef que também havia implicado Aécio em um suposto esquema de corrupção na estatal.
Na ocasião, Youssef apontou que o PSDB possuía influência em uma diretoria de Furnas, juntamente com o Partido Progressista (PP), por meio de José Janene (ex-deputado do PP, morto em 2010), e havia pagamento de valores a empresas contratadas.
O doleiro apontou ainda ter ouvido falar de Janene que o senador teria recebido valores mensais, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por Furnas.
Abaixo, o depoimento de Yousseff sobre Aécio
Nos últimos anos, Janot rejeitou várias vezes os pedidos de investigação contra Aécio. E, desta vez, para fazê-lo deu um jeito de mandar alguma coisa contra Dilma e Lula ao STF, uma acusação absurda de que Dilma, ao nomear Lula ministro, ambos, presidente e ex-presidente, teriam tentado interromper investigações sobre Lula.
Ora, é um absurdo. Lula não deixaria de ser investigado, sendo ministro. Apenas seria investigado pelo Supremo.
Mas Janot precisava – ou achou que precisava – implicar os petistas em alguma coisa para conseguir denunciar Aécio por esse escândalo tão antigo e insepulto cujo DNA está na já histórica “Lista de Furnas”, documento periciado e dado como verdadeiro pela própria Polícia Federal e por peritos independentes, conforme o leitor pode ver abaixo.
Clique na imagem para ver documentos que comprovam autenticidade da lista.
Se – apenas se – Teori Zavascki aceitar o tardio pedido do PGR para investigar Aécio, voarão penas para tudo que é lado no ninho tucano, mas não só. A “lista” implica meio mundo, com destaque para o PSDB. Veja o gráfico dos principais atingidos.
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Como se vê, o PSDB fica com a parte do leão do esquema. Mas será que Zavascki aceita investigar um dos políticos que, devido à blindagem de seu partido pela mídia, vêm zombando da lei durante décadas?
O azar de Aécio e de seu partido é que o caso caiu na mão de Teori Zavascki. É um dos ministros do Supremo que menos se acovardam diante da mídia.
Note-se que, ano passado, Zavascki discordou de Rodrigo Janot quando ele pediu o arquivamento do processo contra Aécio envolvendo a “Lista de Furnas”. Na decisão em que aceitou o arquivamento do caso envolvendo Aécio, Zavascki escreveu, com todas as letras, que considerava “improcedentes” as razões de Janot para pedir o arquivamento da investigação contra Aécio.
Confira no documento abaixo.
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