Serrsta, Reinaldo quer Serra como vice de Aécio

Portal Plantão Brasil
6/5/2014 08:35

Serrsta, Reinaldo quer Serra como vice de Aécio

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926 visitas - Fonte: Brasil 247

Blogueiro Reinaldo Azevedo, o mais "serrista" dos analistas políticos, defende que José Serra seja vice de Aécio Neves, nas eleições de 2014, no que seria um "golaço da oposição"; aecistas, no entanto, temem que Serra na vice seja um risco gigantesco, comparável ao do personagem Frank Underwood, na série House of Cards; vivido pelo ator Kevin Spacey, ele conspirou o tempo todo para tomar o lugar do presidente americano – o que acabou conseguindo



O ex-governador José Serra jamais escondeu seu maior sonho: a presidência da República. Depois de tentar duas vezes pelo voto, sendo derrotado por Lula em 2002 e por Dilma Rousseff em 2010, ele agora se contentaria em chegar quase lá. Desta vez, sendo vice de Aécio Neves (PSDB-MG), formando, assim, a chapa "puro-sangue" do PSDB.



Quem defende esse arranjo é ninguém menos que o mais "serrista" de todos os analistas políticos brasileiros: ele mesmo, Reinaldo Azevedo. Seria um "golaço da oposição", diz Reinaldo.



Lançada inicialmente pelo tucanos paulistas ligados a José Serra, comenta-se que a ideia teria ainda a adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O senador mineiro, no entanto, teria preferência por um nome com, digamos, menos vontade de poder. E uma alternativa seria o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), outro nome que, assim como Serra, simbolizaria a união entre Minas e São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do País.



O receio, entre os aecistas, parece claro. Ter Serra como vice, dizem alguns aliados próximos ao senador mineiro, seria o mesmo que escolher Frank Underwood, personagem vivido por Kevin Spacey na série House of Cards. Para quem não assistiu a série – imperdível, diga-se de passagem –, Underwood conspirou 24 horas por dia para tomar o lugar do presidente. O que acabou conseguindo no último capítulo da segunda temporada.



Por isso mesmo, a turma de Aécio tem dito que a escolha do vice só será feita em junho, uma vez que o cargo pode ser usado para ampliar o arco de alianças.



O serrista Reinaldo, no entanto, defende a definição já para agora. "Acho que formariam uma chapa extremamente competitiva e que se estaria diante de um fato novo na disputa — este, sim, capaz de mexer também com o eleitorado, não apenas com o noticiário", diz ele.



Leia, abaixo, o seu artigo:



José Serra, vice de Aécio Neves: será que isso é possível?



Reinaldo Azevedo



José Serra, afinal de contas, pode ser o vice de Aécio Neves na disputa presidencial? Pode. Vai ser? Bem, aí fica difícil dizer. O fato é que o assunto está ganhando corpo. E, até onde se pode perceber, sem a participação ativa nem de um nem de outro. Aécio é o único dos três principais candidatos que não tem ainda um vice definido, e é natural que o partido faça esse debate. O que eu penso? Acho que formariam uma chapa extremamente competitiva e que se estaria diante de um fato novo na disputa — este, sim, capaz de mexer também com o eleitorado, não apenas com o noticiário, como aconteceu com a união entre Marina Silva e Eduardo Campos. Até agora, convenham, parece que uma parcela mínima, se é que aconteceu, do eleitorado da líder da Rede migrou para o candidato do PSB.

Em política, o elemento subjetivo conta, claro!, mas eu acredito muito na força das condições objetivas. Não é segredo para ninguém que a relação entre ambos em disputas anteriores não foi exatamente tranquila. Mas me parece que cabe ao PSDB constatar, como diria o poeta, que um “valor mais alto se alevanta”. Se a eleição fosse hoje — e ainda bem que não é —, Dilma seria reeleita, embora, e parece que ninguém duvida disso, nem ela mesma saiba muito bem por quê. Na verdade, nem o PT. Uma espécie de cartilha lançada pelo partido em seu Encontro Nacional se ocupa mais em dizer por que seus adversários não podem ser eleitos do que em explicar por que ela deve ser reeleita. Em política, a necessidade é um excelente remédio e uma ótima conselheira. E o país precisa dos tucanos unidos — com ou sem a formação da chapa com os dois nomes, diga-se.



Quem acompanhou os artigos escritos por José Serra nos últimos três anos, que estão em sua página pessoal, sabe que ele anteviu com precisão quase milimétrica os descaminhos da economia brasileira, ainda que este ou aquele divirjam de eventuais soluções que propõe. Que fez prognósticos e diagnósticos impecáveis, nem os adversários podem negar. E está, também há poucas dúvidas a respeito, entre os melhores gestores públicos que há no país.



Aécio Neves tem conseguido dar corpo e musculatura à sua candidatura. É, inequivocamente, um homem de oposição — uma tarefa que tem se mostrado ingrata e difícil no país, dada a presença do estado na economia e do governo na vida das pessoas. O oficialismo é onipresente na imprensa até por força inercial, e a mensagem dos que divergem chega com muita dificuldade ao público. Serra é mais conhecido nacionalmente, por enquanto ao menos, do que o senador mineiro e tem, é óbvio, mais presença em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.



Solução não pode ser problema

Incluo-me entre aqueles que, como analista mesmo, não como torcedor — embora todos saibam que eu jamais votaria em Dilma —, avaliam que o momento é bom para as oposições, em especial para a candidatura do PSDB. É fato, no entanto, que é preciso avançar, mudar de estágio, e um Serra vice me parece que seria uma solução inteligente. Aécio evidenciaria ainda que foi capaz de unir o partido, acabando com uma quase fratura histórica.



Mas solução não pode ser problema. Em lugar de Serra, eu não moveria uma palha para que isso acontecesse. Em lugar de Aécio, eu faria o convite na hora adequada. Essa solução só é possível se for, de fato, consensual — ou se eventuais arestas forem aparadas no mais absoluto silêncio. Se for preciso quebrar uma única lança, mínima que seja, então não vale a pena. Porque aí o ativo vira matéria de rixa política e de questões menores. O PSDB precisa querer.



“Ah, mas se Aécio tivesse topado ser vice de Serra em 2010…” Em política e em história, não existe “se”. Existe o fato. O fato é que as circunstâncias, hoje, conspiram a favor de uma candidatura de oposição — realmente de oposição — e que a união entre Aécio e Serra é uma resposta com a qual muita gente conta e há muito tempo. Mas reitero: tem de ser uma operação suave, que torne tudo mais fácil e mais agradável, como quando se harmoniza uma música. Se for para produzir dissonâncias, convenham: ninguém, muito menos o país, precisa disso. E, claro, encerro com o óbvio: para que ocorra, Aécio precisa querer Serra como vice, e Serra precisa querer ser vice de Aécio. O bom é que ambos são livres para escolher e que ninguém está obrigado a nada, nem pelas circunstâncias.



Mas que seria um golaço da oposição, isso seria.



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