ONU vê Brasil como potência energética. E a turma daqui só vê fracasso.

Portal Plantão Brasil
5/1/2014 14:45

ONU vê Brasil como potência energética. E a turma daqui só vê fracasso.

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1770 visitas - Fonte: Tijolaço

A realidade é algo tão forte que, às vezes, chega até a ser publicada nos jornais.



Hoje, em O Globo – o mesmo jornal onde Miriam Leitão e seu advisor petroleiro Adriano Pires se esmeram em dizer que o Brasil não dá conta de explorar seu petróleo – o turco Fatih Birol, economista-chefe da Agência Internacional de Energia – órgão da ONU – e um dos mais conceituados analistas do setor de petróleo no mundo, diz com todas as letras que, já no ano que vem, “será um exportador de petróleo significativo”.



Ué, mas não estamos com problemas de importação de petróleo, com a produção declinando e um déficit imenso na “conta-petróleo”?

Birol é o coordenador do relatório da AIE que afirma que o Brasil vai contribuir mais para o aumento da produção de petróleo mundial do que o Oriente Médio, informação que, claro, não foi manchete em nenhum de nossos jornais.



Mas, ao contrário de Adriano Pires, ele entende de produção de petróleo e sabe que o intervalo entre a descoberta e a produção de petróleo é longo, complexo e caro. E que os pesados investimentos da Petrobras em plataformas e outros equipamentos destinados ao pré-sal e às jazidas já em exploração já-já vão começar a dar frutos. Ou barris.



Birol não é, nem poderia ser, um lulista, dilmista, “lulo-petista”, muito menos um nacionalista brasileiro. Afinal, seu país é a Turquia e seu mundo é em Nova York.



Ele é crítico do governo brasileiro e sugere que o país deveria regulamentar menos o setor. Tradução: abrir-se mais para as multi.



“Botaram um peso enorme nas costas da Petrobras”, diz ele, avaliando que o país precisará investir US$ 1,6 trilhão na exploração de petróleo, quase 50% a mais do que se requer de investimentos no Oriente Médio.



Birol tem toda a razão em suas avaliações, embora elas devam nos levar a conclusões bem diferentes.



A primeira é de que é mesmo um peso enorme para a Petrobras e para o país, mas o resultado disso, quanto mais o carregarmos sozinhos, mais nosso será.



E isso deveria ser uma tarefa pátria, não uma “avaliação de mercado”.



A segunda é o primarismo de quem não consegue enxergar que fazer o máximo para que o petróleo seja nosso não exclui que, quando e onde necessário, se atraiam capitais para essa tarefa, desde que, em momento algum, o estado ceda o controle da produção e a presença física destas empresas nas melhores jazidas.



Vocês verão como, em 2014, vai começar a ficar difícil esconder o tamanho da mudança que as imensas jazidas do pré-sal vão provocar, zerando nossas necessidades e óleo para, com mais um ano, transformar isso em excedente.



Não é otimismo especulativo: são reservas provadas e equipamentos entrando em operação.



É isso o que Birol vê, lá de longe.



E o que fazer com os que, daqui de perto, não vêem e não querem que isso seja visto?



Monteiro Lobato, em seu “O poço do Visconde” deu o nome de “caxambueiros ” aos que descriam de nossa capacidade de explorar petróleo. E conta que o povo pegou estes marotos e ”os fez passear pela cidade com caraças de burro na cabeça — e no fim da passeata os jogou na lama dos mangues para seremcomidos pelos sururus”



Muito radical, esse Lobato.



Mas a caraça de burro até que não ia mal.



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